sábado, 11 de outubro de 2008
Álvaro de Campos
Acordar da cidade de Lisboa, mais tarde do que as outras,
Acordar da Rua do Ouro,
Acordar do Rossio, às portas dos cafés,
Acordar
E no meio de tudo a gare, que nunca dorme,
Como um coração que tem que pulsar através da vigília e do sono.
Toda a manhã que raia, raia sempre no mesmo lugar,
Não há manhãs sobre cidades, ou manhãs sobre o campo.
À hora em que o dia raia, em que a luz estremece a erguer-se
Todos os lugares são o mesmo lugar, todas as terras são a mesma,
E é eterna e de todos os lugares a frescura que sobe por tudo.
Uma espiritualidade feita com a nossa própria carne,
Um alívio de viver de que o nosso corpo partilha,
Um entusiasmo por o dia que vai vir, uma alegria por o que pode acontecer de bom.
São os sentimentos que nascem de estar olhando para a madrugada,
Seja ela a leve senhora dos cumes dos montes,
Seja ela a invasora lenta das ruas das cidades que vão leste-oeste.
Seja.
A mulher que chora baixinho
Entre o ruído da multidão em vivas...
O vendedor de ruas, que tem um pregão esquisito,
Cheio de individualidade para quem repara...
O arcanjo isolado, escultura numa catedral,
Siringe fugindo aos braços estendidos de Pã,
Tudo isto tende para o mesmo centro,
Busca encontrar-se e fundir-se
Na minha alma.
Eu adoro todas as coisas
E o meu coração é um albergue aberto toda a noite.
Tenho pela vida um interesse ávido
Que busca compreendê-la sentindo-a muito.
Amo tudo, animo tudo, empresto humanidade a tudo,
Aos homens e às pedras, às almas e às máquinas,
Para aumentar com isso a minha personalidade.
Pertenço a tudo para pertencer cada vez mais a mim próprio
E a minha ambição era trazer o universo ao colo
Como uma criança a quem a ama beija.
Eu amo todas as coisas, umas mais do que as outras,
Não nenhuma mais do que outra, mas sempre mais as que estou vendo
Do que as que vi ou verei.
Nada para mim é tão belo como o movimento e as sensações.
A vida é uma grande feira e tudo são barracas e saltimbancos.
Penso nisto, enterneço-me mas não sossego nunca.
Dá-me lírios, lírios,
E rosas também.
Dá-me rosas, rosas,
E lírios também,
Crisântemos, dálias,
Violetas, e os girassóis
Acima de todas as flores...
Deita-me às mancheias,
Por cima da alma,
Dá-me rosas, rosas,
E lírios também...
Meu coração chora
Na sombra dos parques,
Não tem quem o console
Verdadeiramente,
Excepto a própria sombra dos parques
Entrando-me na alma,
Através do pranto.
Dá-me rosas, rosas,
E lírios também...
Minha dor é velha
Como um frasco de essência cheio de pó.
Minha dor é inútil
Como uma gaiola numa terra onde não há aves,
E minha dor é silenciosa e triste
Como a parte da praia onde o mar não chega.
Chego às janelas
Dos palácios arruinados
E cismo de dentro para fora
Para me consolar do presente.
Dá-me rosas, rosas,
E lírios também...
Mas por mais rosas e lírios que me dês,
Eu nunca acharei que a vida é bastante.
Faltar-me-á sempre qualquer coisa,
Sobrar-me-á sempre de que desejar,
Como um palco deserto.
Por isso, não te importes com o que penso,
E muito embora o que eu te peça
Te pareça que não quer dizer nada,
Minha pobre criança tísica,
Dá-me das tuas rosas e dos teus lírios,
Dá-me rosas, rosas,
E lírios também...
Álvaro de Campos
Acordar da Rua do Ouro,
Acordar do Rossio, às portas dos cafés,
Acordar
E no meio de tudo a gare, que nunca dorme,
Como um coração que tem que pulsar através da vigília e do sono.
Toda a manhã que raia, raia sempre no mesmo lugar,
Não há manhãs sobre cidades, ou manhãs sobre o campo.
À hora em que o dia raia, em que a luz estremece a erguer-se
Todos os lugares são o mesmo lugar, todas as terras são a mesma,
E é eterna e de todos os lugares a frescura que sobe por tudo.
Uma espiritualidade feita com a nossa própria carne,
Um alívio de viver de que o nosso corpo partilha,
Um entusiasmo por o dia que vai vir, uma alegria por o que pode acontecer de bom.
São os sentimentos que nascem de estar olhando para a madrugada,
Seja ela a leve senhora dos cumes dos montes,
Seja ela a invasora lenta das ruas das cidades que vão leste-oeste.
Seja.
A mulher que chora baixinho
Entre o ruído da multidão em vivas...
O vendedor de ruas, que tem um pregão esquisito,
Cheio de individualidade para quem repara...
O arcanjo isolado, escultura numa catedral,
Siringe fugindo aos braços estendidos de Pã,
Tudo isto tende para o mesmo centro,
Busca encontrar-se e fundir-se
Na minha alma.
Eu adoro todas as coisas
E o meu coração é um albergue aberto toda a noite.
Tenho pela vida um interesse ávido
Que busca compreendê-la sentindo-a muito.
Amo tudo, animo tudo, empresto humanidade a tudo,
Aos homens e às pedras, às almas e às máquinas,
Para aumentar com isso a minha personalidade.
Pertenço a tudo para pertencer cada vez mais a mim próprio
E a minha ambição era trazer o universo ao colo
Como uma criança a quem a ama beija.
Eu amo todas as coisas, umas mais do que as outras,
Não nenhuma mais do que outra, mas sempre mais as que estou vendo
Do que as que vi ou verei.
Nada para mim é tão belo como o movimento e as sensações.
A vida é uma grande feira e tudo são barracas e saltimbancos.
Penso nisto, enterneço-me mas não sossego nunca.
Dá-me lírios, lírios,
E rosas também.
Dá-me rosas, rosas,
E lírios também,
Crisântemos, dálias,
Violetas, e os girassóis
Acima de todas as flores...
Deita-me às mancheias,
Por cima da alma,
Dá-me rosas, rosas,
E lírios também...
Meu coração chora
Na sombra dos parques,
Não tem quem o console
Verdadeiramente,
Excepto a própria sombra dos parques
Entrando-me na alma,
Através do pranto.
Dá-me rosas, rosas,
E lírios também...
Minha dor é velha
Como um frasco de essência cheio de pó.
Minha dor é inútil
Como uma gaiola numa terra onde não há aves,
E minha dor é silenciosa e triste
Como a parte da praia onde o mar não chega.
Chego às janelas
Dos palácios arruinados
E cismo de dentro para fora
Para me consolar do presente.
Dá-me rosas, rosas,
E lírios também...
Mas por mais rosas e lírios que me dês,
Eu nunca acharei que a vida é bastante.
Faltar-me-á sempre qualquer coisa,
Sobrar-me-á sempre de que desejar,
Como um palco deserto.
Por isso, não te importes com o que penso,
E muito embora o que eu te peça
Te pareça que não quer dizer nada,
Minha pobre criança tísica,
Dá-me das tuas rosas e dos teus lírios,
Dá-me rosas, rosas,
E lírios também...
Álvaro de Campos
domingo, 27 de julho de 2008
Ternura
Com imensa ternura
o nosso dia-a-dia
passa com dificuldades
com alegrias e tristezas...
Mas o nosso ego
prevalece forte
e o nosso dia-a-dia
ultrapassa a nossa tristeza.
Fátima
o nosso dia-a-dia
passa com dificuldades
com alegrias e tristezas...
Mas o nosso ego
prevalece forte
e o nosso dia-a-dia
ultrapassa a nossa tristeza.
Fátima
Estrelas
As estelas que iluminam o céu,
iluminam também a tua alegria.
Brilham longe do nosso alcance
mas enchem a nossa vida de ternura.
As estrelas lindas do céu... de toda a gente,
encantam quem as olham,
e fazem brilhar o teu coração.
Fátima
iluminam também a tua alegria.
Brilham longe do nosso alcance
mas enchem a nossa vida de ternura.
As estrelas lindas do céu... de toda a gente,
encantam quem as olham,
e fazem brilhar o teu coração.
Fátima
domingo, 15 de junho de 2008
O Caminho

O pouco que sei da grande vida que
conheço é menos do que queria sentir.
O começo dos sentimentos aparece quando
vivo cada vez, cada sentimento novo,
cada esperança que me enche o
coração.
Do pouco da grande vida que
conheço, sinto a vontade
de evoluir para alcançar e amadurecer
a minha existência.
Do pouco da grande vida que vivi
sente-se uma alegria contida
no meu ser que não se
conforma com o pouco que sei
da vida e daquilo que tenho para descobrir.
o caminho escolho eu...
a vida escolhe-me a mim...
Fátima
Foto: David Sousa
sexta-feira, 23 de maio de 2008
Palavras
Podes encarar a vida com optimismo,
Podes encarar a vida com pessimismo,
Mas não te esqueças que o mais importante
é estares vivo e continuar a seguir em frente!
A vida é tão importante,
as nossas emoções e a nossa força de vencer
é grande,
com mais ou menos dificuldades!
A Vida é Importante!
Fátima
Podes encarar a vida com pessimismo,
Mas não te esqueças que o mais importante
é estares vivo e continuar a seguir em frente!
A vida é tão importante,
as nossas emoções e a nossa força de vencer
é grande,
com mais ou menos dificuldades!
A Vida é Importante!
Fátima
domingo, 4 de maio de 2008
sexta-feira, 2 de maio de 2008
SOLIDARIEDADE
RAFAELA PRECISA DA NOSSA SOLIDARIEDADE!
Leiam a notícia em avozdopovo .
O Blog Mar Azul está solidário!
Fátima
Sophia de Mello Breyner Andresen

As ondas quebravam uma a uma
Eu estava só com a areia e com a espuma
Do mar que cantava só para mim.
Foto: Fernando Almeida
domingo, 27 de abril de 2008
Pássaro Provisório
Migro,
vida-a-vida.
Tempo a tempo,
mudo.
Canto
e vou e volto.
Se não volto,
meu canto é presença
e permaneço.
Adail Sobral
vida-a-vida.
Tempo a tempo,
mudo.
Canto
e vou e volto.
Se não volto,
meu canto é presença
e permaneço.
Adail Sobral
sábado, 12 de abril de 2008
Beijo

Ilusão no chamamento
de um beijo em flor,
Calma nos lábios,
que se tocam.
O coração bate
assim...
O sentimento contém
a calma do momento
O beijo sente-se no além...
A magia que aflora
o teu mundo,
de um beijo em Flor!
A Ilusão,
O Amor,
E o beijo em Flor!
Sou eu
com o meu
coração assim...
Fátima
Foto: Olhares.com
sábado, 29 de março de 2008
Prémios Prémios
Recebi da Amiga TRÊS MARIAS
Receber miminhos é reconfortante para nos encher o coração de Alegria!
Amigos é o melhor que existe, mesmo estando longe (como refere a Amiga TRÊS MARIAS), não há nada que supere a Verdadeira Amizade!


Os amigos fazem parte de mim!
Repasso estes Prémios a todos os amigos.
AR LIVRE

Ar livre, que não respiro!
Ou são pela asfixia?
Miséria de cobardia
Que não arromba a janela
Da sala onde a fantasia
Estiola e fica amarela!
Ar livre, digo-vos eu!
Ou estamos nalgum museu
De manequins de cartão?
Abaixo! E ninguém se importe!
Antes o caos que a morte...
De par em par, pois então?!
Ar livre! Correntes de ar
Por toda a casa empestada!
(Vendavais na terra inteira,
A própria dor arejada,
- E nós nesta borralheira
De estufa calafetada!)
Ar livre! Que ninguém canta
Com a corda na garganta,
Tolhido na inspiração!
Ar livre, como se tem
Fora do ventre da mãe,
Desligado do cordão!
Ar livre, sem restrições!
Ou há pulmões,
Ou não há!
Fechem as outras riquezas,
Mas tenham fartas as mesas
Do ar que a vida nos dá!
Miguel Torga
Visão JL
sábado, 15 de março de 2008
História de Sofia

Menina bonita que brinca na rua,
alegre feliz!
Menina bonita que agarra a Felicidade
de ser livre!
Menina bonita que abraça o amor
e a ternura de quem por ela passa.
Sofia
é uma criança FELIZ!
Aceita a oportunidade que a vida
lhe dá... corre, brinca, ama, com toda a confiança,
vai ficando forte para emocionalmete encarar
tudo o que lhe aparece pela frente!
Sofia é FORTE!
Parabéns Sofia, por seres um ser humano
com vontade de seguir em frente...
(dedico estas palavras à Minha Amiga AA)
Fátima
Foto:António S Pereira
Praia

Andar na praia, correr com os pés descalços,
sentindo a areia fria,
Libertar o maior sentimento
que existe em nós!
Andar pela praia, fazer companhia,
a qualquer gaivota,
que nos queira dar o seu carinho...
Andar pela praia,
Molhar os pés,
na água límpida,
que eleva, todas as emoções sentidas!
Andar na praia, é sentir paz
com todo o mar AZUL
perto do coração!
Tenho saudades
da praia,
do mar,
da liberdade,
da paz!
Que só a praia me dá!
Fátima
Foto: José Lopes
quarta-feira, 12 de março de 2008
Resposta ao Desafio

O Desafio consiste em fazer um texto com os dez últimos títulos dos posts que publicámos, então cá vai...
Passando de mão em mão, esta vida que corre, com muitas alegrias, tristezas e inseguranças é sempre bom aceitar o conceito de MIMO, que nos conforta o coração... é tão bom ter o coração de bem com a vida, parece que recebemos o PRÉMIO AMIZADE.
OLHANDO III para tudo com ternura aceitando o sonho e a ilusão, que nesta vida tanto importa. Acredito na ilusão, no sonho, porque acho que tenho uma estrelinha que brilha para mim no grande e imenso FIRMAMENTO.
A vida é um DESAFIO que nos corre entre as mãos, que aceitamos, ou não, mas existe...
OLHANDO II também para os momentos menos bons, sinto que temos de lutar muito para não nos deixarmos levar pela tristeza e melancolia, é preciso sol na vida é preciso ser CAÇADOR DE SOIS, pois assim é mais fácil viver, e este é o nosso grande PRÉMIO, saber viver, com tudo o que a vida nos dá, OLHANDO para o futuro com garra, com muitos Amigos e sobretudo com muitos MIMOS.
Passo então o desafio a:
Trocadilho de Palavras PEDRO ARUNCA; O SILÊNCIO CULPADO; O Melhor Blog Sobre Nada; Zé do Cão; C VALENTE; CANTARES DE AMIGO; MARIA MALA (abro aqui uma excepção, pois esta Amiga ainda é recente nestas andanças, tomo a liberdade de lhe escolher alguns títulos: 1- Corrida na Estrada do Alentejo; 2- A Minha Vida; 3- Conceito de Amizade; 4- Alternativa ao Encanto; 5- Regressando na Felicidade; 6- Momentos Felizes - Força amiga - Acredito em ti.).
No entanto desafio também os amigos que queiram partilhar esta ideia.
Fátima
segunda-feira, 3 de março de 2008
Mimo
1) Este prémio deverá ser atribuído aos blogs que considera bons e aqueles que costuma visitar regularmente e deixa comentários;
2) Quando o prémio é recebido deverá fazer um post indicando a pessoa que lhe atribuiu o prémio e a respectiva ligação ao blog;
3) Indicar 7 blogs para atribuição do prémio;
4) Deverás ser exibido orgulhosamente o selo do prémio, de preferência com ligação ao local onde é falado dele;
Atribuio Prémio a:
Crítica & Denúncia; All Night Long ; Três Marias; Zé do Cão; Oficina de Palavras; Marias; Reflexos e Transparências
Prémio Amizade

Da Amiga CANTARES DE AMIGO muito obrigada Amiga por este miminho!
Partilho este Prémio Amizade com todos os amigos.
sábado, 1 de março de 2008
Firmamento
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
Desafio
Que grande desafio que a Amiga CANTARES DE AMIGO me deixou.
Ora bem, o desafio:
Consiste em escolher 12 palavras,
aquelas que nos dizem algo de especial, e escrever um texto
Belos tempos, os da minha INFÂNCIA.
A leveza com que víamos a VIDA, era importante para os nossos sonhos.
Havia tanta AMIZADE e cumplicidade entre nós, os AMIGOS, dos bons e maus momentos.
Brincávamos uns com os outros como nunca, aproveitávamos todas as oportunidades para estar juntos e ... confesso... também fazíamos algumas travessuras, mas no fim corria tudo bem.
Que SAUDADES que tenho daqueles tempos, mas ficou sempre em mim a criança FELIZ que fui.
Lembro-me que eramos muito unidos e a UNIÃO faz a força! A FELICIDADE rondava o ar...
A AVENTURA estava sempre presente, arranjavamos mil e uma maneiras de nos divertir.
Com a TERNURA que sentíamos uns pelos outros aprendemos a ser CONFIANTES, e hoje sinto um grande AMOR uma grande segurança, para seguir esta vida do dia-a-dia.
Que belos tempos...
Agora vou passar o desafio a 12 blogs.
domingo, 24 de fevereiro de 2008
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
Prémio

Recebi da Amiga SALA E COZINHA este prémio, o qual me deixou muito feliz, e sobretudo muito grata. Obrigada AMIGA!
A partir de hoje o MAR AZUL tornou-se um blog muito bom, sim senhora!
1- Este prémio deve ser atribuido aos blogs que considerem serem bons. Entende-se como "bom" os blogs que costuma visitar regularmente e onde deixa comentários;
2- Só se recebeu o "É um blog muito bom sim senhora", deve escrever um post incluindo: a pessoa que lhe deu o prémio com um link para o respectivo blog; a tag do prémio; as regras; e a indicação de outros 7 blogs para receberem o prémio;
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
domingo, 17 de fevereiro de 2008
Mimos

A amiga CANTARES DE AMIGO ofereceu-me este meme,
com a indicação de depois de o receber tenho 10 minutos para responder a 2 perguntas e passá-lo a outras dez pessoas, sendo que o meme deverá terminar amanhã, dia 14 à meia-noite.
As perguntas são:
- O que gostarias que o teu par te oferecesse amanhã?
- E o que responderias em agradecimento?
Muito bem, não sendo relevante o dia, as respostas são:
- Muito carinho!
- Gosto de ti!
Passo o miminho a:
MARIAS, TRÊS MARIAS, SILÊNCIO CULPADO, CRÍTICA & DENÚNCIA, AMIGONA AVÓ E A NETA PRINCESA, ESPAÇO DE GENERALIDADES, MULTIOLHARES, OCEANUS, OFICINA DAS PALAVRAS, LA MAGIA DE UNA LÁGRIMA.
Sonho
Vagueava pela floresta,
era já noite,
as sombras acompanhavam-me,
estava um vento frio, mas suportável.
Não entendia o que procurava,
estava só.
Parece que todos os sons tinham saído para longe
e ali tinha ficado o silêncio!
Silêncio na floresta é estranho...
um sítio onde a vida corre no seu esplendor
de dia e de noite...
A calma assustava-me.
Vagueava contando encontrar
não sei muito bem o quê?
A floresta sempre me encantou,
mas naquela noite
aquela calma
punha-me nervosa...
De repente o dia surgiu,
o sol brilhou,
a vida voltou...
o cheiro, o barulho característico
que eu tão bem conhecia...
E, acordei... tudo foi um sonho!
Estava no meu quarto.
Fátima
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
DESAFIO

Desafio proposto pela Amiga CANTARES DE AMIGO.
O Desafio consiste em escrever 6 coisas peculiares (próprias, privadas, características) a meu respeito. Cá vai:
1- Detesto acordar cedo, por mim, acordava só lá para o meio-dia;
2- Adoro ler (todos os temas);
3- Gosto de comer chocolate com batatas fritas (de pacote);
4- Gosto muito do AZUL, tudo o que tem a cor azul, encanta-me.
O MAR sinto-o...;
5- Gosto da verdadeira AMIZADE;
6- Não gosto de fazer tarefas domésticas... Brrrrr!!!!!
CONTRA A PEDÓFILIA

EM DEFESA DA INOCÊNCIA - CONTRA A PEDÓFILIA E OS MAUS TRATOS.
Junto também a minha SOLIDARIEDADE a esta CAUSA.
Apelo da Amiga SILÊNCIO CULPADO, para uma postagem colectiva, neste dia 14 de Fevereiro. Quero também alertar todos os amigos ao espaço: LUZ DE LUMA.
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
EVOLUÇÃO
Fui rocha, em tempo, e fui, no mundo antigo,
Tronco ou ramo na incógnita floresta...
Onda, espumei, quebrando-me na aresta
Do granito, antiquíssimo inimigo...
Rugi, fera talvez, buscando abrigo
Na caverna que ensombra urze e giesta;
Ou, monstro primitivo, ergui a testa
No limoso paul, glauco pascigo...
Hoje sou homem - e na sombra enorme
Vejo, a meus pés, a escada multiforme,
Que desce, em espirais, na imensidade...
Interrogo o infinito e às vezes choro...
Mas, estendendo as mãos no vácuo, adoro
E aspiro unicamente à liberdade.
Tronco ou ramo na incógnita floresta...
Onda, espumei, quebrando-me na aresta
Do granito, antiquíssimo inimigo...
Rugi, fera talvez, buscando abrigo
Na caverna que ensombra urze e giesta;
Ou, monstro primitivo, ergui a testa
No limoso paul, glauco pascigo...
Hoje sou homem - e na sombra enorme
Vejo, a meus pés, a escada multiforme,
Que desce, em espirais, na imensidade...
Interrogo o infinito e às vezes choro...
Mas, estendendo as mãos no vácuo, adoro
E aspiro unicamente à liberdade.
terça-feira, 5 de fevereiro de 2008
Para Ti

Amor, para ti
que me esperas,
em cada fim de tarde.
Que me fazes sentir
a rainha do mundo.
Cada começo de dia,
cada palavra dita,
é sempre uma alegria,
pensar em ti.
Quando vagueio pela rua,
olhando à volta,
as pessoas que passam,
os olhares que trocam,
É a ti que recordo.
O dia passa,
com alegrias, tristezas,
desilusões.
Mas é em ti que eu penso.
É para ti que volto!
Amor, para ti.
Fátima
Foto: Alberto Viana d'Almeida
domingo, 3 de fevereiro de 2008
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
Mar Azul Premiado
domingo, 27 de janeiro de 2008
Poema do Gato

Quem há-de abrir a porta ao gato
quando eu morrer?
Sempre que pode
foge prá rua,
cheira o passeio
e volta pra trás,
mas ao defrontar-se com a porta fechada
(pobre do gato!)
mia com raiva
desesperada.
Deixo-o sofrer
que o sofrimento tem sua paga,
e ele bem sabe.
Quando abro a porta corre pra mim
como acorre a mulher aos braços do amante.
Pego-lhe ao colo e acaricio-o
num gesto lento,
vagarosamente,
do alto da cabeça até ao fim da cauda.
Ele olha-me e sorri, com os bigodes eróticos,
olhos semi-cerrados, em êxtase,
ronronando.
Repito a festa,
vagarosamente.
do alto da cabeça até ao fim da cauda.
Ele aperta as maxilas,
cerra os olhos,
abre as narinas.
e rosna.
Rosna, deliquescente,
abraça-me
e adormece.
Eu não tenho gato, mas se o tivesse
quem lhe abriria a porta quando eu morresse?
sábado, 19 de janeiro de 2008
Aquele Lugar

Naquela tarde soalheira de Verão, soprava uma pequena brisa quente, o Ti Miguel encontrava-se sentado à porta da sua casa, olhando para a enorme planíce à sua frente. A horta vistosa, o jardim limpinho e bem tratado... tudo aquilo era o seu grande orgulho, levara uma vida inteira para o construir, e o resultado era espectacular!
Os seus 79 anos passados ali, anos intensos de uma vida de alegrias, tristezas, risos e muito trabalho... tudo fora construído com muito carinho... agora estava só... a sua amada deixara-o à pouco tempo... a sua morte inesperada tirara-lhe o chão debaixo dos pés... toda uma vida em conjunto, o mesmo sonho, o mesmo mundo, aquela casa, aquela terra que compraram com muito esforço, tudo a dois, é claro que também os seus filhos ajudaram, mas os seus sonhos eram diferentes, a curiosidade de outros lugares... novas aventuras soaram mais forte e foram.... foram à procura de realizar os seus próprios sonhos os seus próprios mundos...
Agora tudo aquilo tinha por companhia o Ti Miguel, que continuava a acreditar nos seus valores, mas agora mais só.
Tanta harmonia, tanta paz...
Mas na vida acontecem tantas viragens, tantos caminhos, tantos rumos... quem sabe se daqui a algum tempo, aquele lugar, voltará a ser o sonho de mais alguém... alguém como o Ti Miguel...
Fátima
quinta-feira, 17 de janeiro de 2008
Tarde no Mar

A tarde é de oiro rútilo: esbraseia.
O horizonte: um cacto purpurino.
E a vaga esbelta que palpita e ondeia,
Com uma frágil graça de menino,
Pousa o manto de arminho na areia
E lá vai, e lá segue o seu destino!
E o sol, nas casas brancas que incendeia,
Desenha mãos sangrentas de assassino!
Que linda tarde aberta sobre o mar!
Vai deitando do céu molhos de rosas
Que Apolo se entretém a desfolhar...
E, sobre mim, em gestos palpitantes,
As tuas mãos morenas, milagrosas,
São as asas do sol, agonizantes...
Florbela Espanca
quarta-feira, 16 de janeiro de 2008
Prémio

Agradeço a atribuição deste Prémio à Amiga MARIAS, tal como ela não pretendo ser escritora, mas, e também aqui partilho os meus pensamentos, emoções e sobretudo muita Amizade!
Obrigada Amiga!
Para não quebrar as regras vou atribuir este Prémio a:
Instantes da Vida; Apenas perguntas e mais nada que perguntas; Cantares de Amigo; Cegueiralusa; Coisas do Gui ; Crítica e Denúncia; Fernanda & Poemas; O PROFETA; O Silêncio Culpado; O Melhor Blog Sobre o Nada;
e ainda...
Tarefa difícil esta, pois continuando escolho todos...
quarta-feira, 9 de janeiro de 2008
Haja Temeridade!

Fica o rio a correr dentro das veias.
Quanta angústia levar,
Quantas areias
De oiro
Ou de ilusão,
É como se nos fossem afogar
A inquietação.
Arcos de ferro ou de granito
E sólidos soalhos de varanda
Não me parecem piso de quem anda
A descobrir as formas imprecisas
Desta humana aventura.
Só de credo na boca vale a pena
Olhar a vida, que da sepultura
Nos acena.
Miguel Torga
Visão JL
sexta-feira, 4 de janeiro de 2008
Plano
Trabalho o poema sobre uma hipótese: o amor
que se despeja no copo da vida, até meio, como se
o pudéssemos beber de um trago. No fundo,
como o vinho turvo, deixa um gosto amargo na
boca. Pergunto onde está a transparência do
vidro, a pureza do líquido inicial, a energia
de quem procura esvaziar a garrafa; e a resposta
são estes cacos que nos cortam as mãos, a mesa
da alma suja de restos, palavras espalhadas
num cansaço de sentidos. Volto, então, à primeira
hipótese. O amor. Mas sem o gastar de uma vez,
esperando que o tempo encha o copo até cima,
para que o possa erguer à luz do teu corpo
e veja, através dele, o teu rosto inteiro.
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