A porta da verdade estava aberta,
mas só deixava passar
meia pessoa de cada vez.
Assim não era possível atingir toda a verdade,
porque a meia pessoa que entrava
só trazia o perfil de meia verdade.
E sua segunda metade
voltava igualmente com meio perfil.
E os meios perfis não coincidiam.
Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.
Chegaram ao lugar luminoso
onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em metades
diferentes uma da outra.
Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela.
E carecia optar. Cada um optou conforme
seu capricho, sua ilusão, sua miopia.
Carlos Drummond de Andrade
http:poesia
Foto: herc
segunda-feira, 24 de setembro de 2007
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6 comentários:
Carlos Drummond de Andrade!!!!
Que bela escolha, amiga Fátima!!!!
E a porta?!!! UM assombro!!!!
BJKS
Bigada, amiga!
Este poema tem muito de mim...
:-) beijinhos
Drummond de Andrade um poeta de excelência.
Beijinhos
..." mar azul"...
gostei muito deste teu espaço...
pelo nome, pelos temas, pelas fotos...
boa escolha!
obrigada!
beijinhos do fundo do Oceanus
Sophiamar,
Obrigado pela visita, volta sempre.
:-) Beijinhos
Oceanus,
Muito obrigado é sempre um gosto partilhar momentos, volta sempre.
:-) beijo do mar azul
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