quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Cesário Verde


Ao entardecer, debruçado pela janela,
E sabendo de soslaio que há campos em frente,
Leio até me arderem os olhos
O livro de Cesário Verde.

Que pena que tenho dele! Ele era um camponês
Que andava preso em liberdade pela cidade.
mas o modo como olhava para as casas,
E o modo como reparava nas ruas,
E a maneira como dava pelas causas,
É o de quem olha para as árvores,
E de quem desce os olhos pela estrada por onde vai andando
E anda a reparar nas flores que há pelos campos...

Por isso ele tinha aquela grande tristeza
Que ele nunca disse que tinha,
Mas andava na cidade como quem anda no campo
E triste como esmagar flores em livros
E pôr plantas em jarros...

Alberto Caeiro, O QUARDADOR DE REBANHOS, Poema III, in Obra de Fernando Pessoa, vol. I, Lello & Irmão - Editores, Porto, 1986
http:Poesia
Foto: http:Carlos Carvalho

3 comentários:

avelaneiraflorida disse...

AMIGA FÀTIMA,

3 em 1!!!!!
UM FOTO LINDISSIMA...com as "minhas" hortênsias!!!!!
Albero Caeiro e Cesário Verde!!!!

Que mais se pode querer????
"BRIGADOS" por este post!!!
BJKs

avelaneiraflorida disse...

AMIGA FÀTIMA,

3 em 1!!!!!
UM FOTO LINDISSIMA...com as "minhas" hortênsias!!!!!
Albero Caeiro e Cesário Verde!!!!

Que mais se pode querer????
"BRIGADOS" por este post!!!
BJKs

Fátima disse...

Amiga avelaneiraflorida,

É sempre um gosto reconfortar os amigos...

:-)Beijinhos