quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Tarde no Mar


A tarde é de oiro rútilo: esbraseia.
O horizonte: um cacto purpurino.
E a vaga esbelta que palpita e ondeia,
Com uma frágil graça de menino,

Pousa o manto de arminho na areia
E lá vai, e lá segue o seu destino!
E o sol, nas casas brancas que incendeia,
Desenha mãos sangrentas de assassino!

Que linda tarde aberta sobre o mar!
Vai deitando do céu molhos de rosas
Que Apolo se entretém a desfolhar...

E, sobre mim, em gestos palpitantes,
As tuas mãos morenas, milagrosas,
São as asas do sol, agonizantes...

Florbela Espanca

11 comentários:

Oliver Pickwick disse...

A grande Florbela. Já conhecia esta poesia, mas nunca é demais torná-la a ler outra vez.
Beijos!

Luna disse...

Muito lindo o poema
Cheio de sentires
E a foto também sublime

Beijinhos
luna

Vitor disse...

boa.... pega lá uma concha para guardares o som dessas palavras...

Vicktor Reis disse...

Querida Fátima
Florbela sempre nos encanta. Obrigado pela partilha.
Beijinho.

avelaneiraflorida disse...

Querida Fátima,

agora que se aproxima o fim de semana...vamos ver se consigo pôr o meu cantinho em ordem com os presentes dos amigos!!!!
agora, vim de corrida, para encontrar Florbela!!!! Vou lindamente acompanhada!!!
Bjkas, amiga!!!

Robin Hood disse...

Vem tomar um copo ao Cadeirão da Malta que há novidades frescas.

Marias disse...

Obrigada por lembrares a eterna Florbela!
É sempre com enorme prazer que a leio e te leio.
E o amor milagroso e agonizante ao mesmo tempo!...

Beijinhos

FERNANDINHA & POEMAS disse...

Olá Fátima, linda postagem.
Parabéns!!!
Bom fim de semana.
Beijinhos de ternura.
Fernandinha

quintarantino disse...

... passando ... para te ler ...

oceanus disse...

"que linda tarde aberta sobre o mar!
Vai deitando do céu molhos de rosas... "

...que lindo! bem como a imagem...
uma boa escolha!

Bjs do fundo do Oceanus

vieira calado disse...

Não conhecia este, de tantos que ela tem.
Belo, como sempre!

Beijinhos